RETRATOS DE INFÂNCIA:
A poesia brasileira nas marcas de um espelho especial
1.1 ANTECEDENTES
Desde minhas
pesquisas relativas ao gênero autobiográfico venho trabalhando com a
perspectiva do imaginário a partir da releitura de alguns mitos gregos, tais
como o mito de Narciso, de Teseu e o Labirinto, de Orfeu, entre outros. As
autobiografias de Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Isabel Allende
(excepcionalmente uma não-brasileira), Graciliano Ramos, José de Alencar,
Murilo Mendes[1] e, ainda
em fase preliminar, de Augusto Meyer têm sido alvo de minhas investigações, bem
como de orientações no Programa de Pós-graduação em Letras – Mestrado em
História da Literatura, da FURG/RS. Estes autores, na sua maioria poetas, não
constroem apenas uma peça documental, mas sim textos sensivelmente
comprometidos com a palavra autobiográfica dentro de seu extrato ficcional. Ou
seja, a despeito de suas autobiografias se constituírem como um discurso
referencial de estreitas ligações com o discurso historiográfico, seus textos
dialogam com as técnicas narrativas mais variadas em busca de suscitar no
leitor não apenas a sua credulidade, mas também o prazer estético inerente à
obra de arte. Esse tema, em especial na produção dos poetas, me conduziu à problematizações
específicas acerca do imaginário.
Em função do
manuseio dos mitos gregos, pude observar que os poetas pensam o mundo e a si
mesmos a partir de certas marcas que se repetem sistematicamente nas suas
respectivas autobiografias e nas suas produções poemáticas. A imaginação
material, conceito proposto pelo filósofo francês Gaston Bachelard, tem
operacionalizado essas questões relativas ao movimento especular do eu. A água,
o fogo, a terra e o ar são elementos que compõem a idéia de cosmos, através dos
quais, segundo Bachelard, os poetas vêem o mundo e a si mesmos.
Essas questões
têm sido visitadas por mim nas minhas pesquisas em desenvolvimento[2].
Assim, acreditando na viabilidade dos meus estudos, tenho priorizado a
imaginação criadora dos poetas na perspectiva da infância, porque ela é,
segundo o próprio Bachelard, o “poço do ser” e, como tal, se insurge na vida
dos poetas-autobiógrafos como origem da palavra-vida. Essa ênfase tenho dado em minhas aulas no mestrado
em História da Literatura, na FURG. Centrei minha disciplina ‘Tópicos avançados
de Literatura Brasileira’, de 2004, no subtítulo “As construções da infância”,
com foco em dois poetas, a saber: Casimiro de Abreu e Murilo Mendes.
Na vigência do
trabalho de pesquisa acerca das autobiografias, pude observar, por outra parte,
que ocorre nas poesias dos autobiógrafos uma intensa dedicação ao exercício
metapoético. A partir dessas considerações, inferi que o tema do duplo alcança
uma abrangência muito grande, em especial uma acepção particularmente
interessante, qual seja, as formas que a infância adquire como revelação
especular do adulto em errância pelo tempo presente. Trata-se, é verdade, de
tema muito recorrente no Romantismo e as explicações são bastante conhecidas. A
recuperação de um passado paradisíaco é relevante para o século XIX em virtude
das carências do homem romântico em fixar uma idéia de identidade nacional
melhorativa, a qual corria paralela à uma identidade pessoal.
O temário
sobre a infância entra nessa composição como reduto de um tempo-espaço redentor
do homem de então. São sintomáticas as atribuições de caráter positivo aos
recônditos da memória sobre a infância, e exemplo notável é o poeta Casimiro de
Abreu, que alcançou certa notoriedade em vida justamente pelo apelo sentimental
à infância feliz e virginal.
A poesia
brasileira do século XX, apesar de toda sua trajetória de contestação aos
padrões estético vigentes no século anterior, recria os mesmos temas, quer se
fale em identidade nacional quer se refira à identidade individual.
Naturalmente algumas inserções ocorreram nesse panorama, como por exemplo o uso
da paródia no Modernismo Brasileiro em relação ao Romantismo. Esse caráter
cíclico é facilmente verificável nas recriações míticas de Mário de Andrade (Macunaíma) e de Raul Bopp (Cobra Norato). No entanto, pode-se
afirmar que o drama humano da modernidade, iniciado nos primórdios do
romantismo, deixou marcas que ainda não foram esquecidas e/ou superadas. A
afirmação do individualismo permanece, assim como continua se estabelecendo a
partir da infância como período formador da consciência e da inserção do
sujeito no mundo.
Dentro desta
perspectiva, o imaginário acerca da infância irá se configurar não mais como um
imaginário totalitário e único, com certas imagens fixas nas quais todos
deveremos nos reconhecer. O século XX, após a famosa festa dadaísta dos
modernistas, foi marcado por relações paradoxais e uma delas é a convivência,
nem sempre harmônica, entre o impulso individualista e egocêntrico em busca de
uma infância pessoalizada e o apelo inadiável de se buscar uma identidade
grupal na qual a infância do país servisse de palco para as atribuladas
questões nacionais prementes.
1.2 PROBLEMÁTICA
(estudos da questão)
O tema da
infância, apesar de parecer muito natural, é uma criação recente no panorama da
Literatura. A idéia nostálgica de um paraíso perdido, demarcado no espaço e,
principalmente, no tempo, começa a povoar o imaginário a partir das idéias
iluministas (e românticas) de Jean-Jacques Rousseau, que localizava essa
beatitude natural nos domínios da natureza (idealizada do ponto de vista
melhorativo). A poesia de caráter especular tem na
imagem sobre a infância um de seus temas mais freqüentes para a
autocontemplação. Assunto que povoa o imaginário de adultos saudososistas,
também se mescla a um sem-número de indagações identitárias. A perda da imagem
única e totalizante a respeito de nós mesmos impulsiona um certo recuo no tempo
para demarcação das origens e é à essa relação que o tema da infância está
associado.
A imagem
acerca da infância será formada a partir de um complexo sistema de mitos novos
conjugados à extratos de mitemas antigos. Evidentemente corrobora nesta questão
a presença reguladora dos paradigmas beatíficos do catolicismo, para quem a
infância representa um estado virginal do sujeito e, portanto, seu estado de
pureza. Ocorre que o tema, francamente adotado por inúmeros poetas brasileiros,
tornou-se também fonte de inesgotáveis questionamentos identitários, através
dos quais o sujeito adulto busca uma origem, uma face, uma imagem de si mesmo
no tempo em que não era o que é hoje.
A noção de espaço feliz, de éden da memória, enfim, este
espaço-tempo revestido de colorações melhorativas foi alvo dos poetas
românticos, cujas visões idílicas acabaram por respingar os tumultuados anos do
século XX[3].
Entretanto, depois dos anos 20, no Brasil, a literatura passou também a
questionar e a duvidar das “verdades” românticas e acelerou o processo de
desconstrução daqueles paradigmas, como o da “infância feliz”[4].
Curiosamente, iniciado nos anos 40, os estudos filosóficos sobre o imaginário,
perpetrados por Gaston Bachelard, buscam na poesia sua matéria para instituir
uma poética do devaneio, na qual o tema da infância é retomado, re-significando
o mito, na medida em que lhe confere outros atributos, sem isentar-se, contudo,
de uma grande influência do pensamento romântico-iluminista de Jean-Jacques
Rousseau.
Para Bachelard, somente o devaneio sobre a infância é capaz
de devolver a beleza das imagens primeiras, porque ela é o poço do ser. Como
todo arquétipo, o poço guarda relações afáveis e nefastas. O poço indica,
portanto, a origem como fonte da vida e símbolo da abundância, mas é também
símbolo de segredos e dissimulações. O devaneio sobre a infância mantém relações
com estas características.
Por outro lado, as imagens sobre a infância não se
restringem apenas à rememoração simples. Estão implicados diversos fatores que,
conjugados, a tornam um vasto material de especulação e de prazer. Uma infância
potencial habita em nós, de forma que sonhamos tudo o que ela poderia ter sido,
isto é, sonhamo-la no limite da história e da lenda. Há, assim, uma tangência
dialética entre a imaginação e a memória. Isto é, as imagens que sobrevém do
fundo da infância não são verdadeiras lembranças, porque o passado não é
estável. Um dos elementos mais pertinentes é, justamente, o desejo de
reencontrar para além dos fatos os valores. Por isso a poesia sobre a infância,
no século XX, não vem marcada por datas ou fatos fixados no calendário
familiar, como acontecia, por exemplo, com “Meus oitos anos”, de Casimiro de
Abreu. Até por que a lembrança pura não tem data; têm o universo de uma
estação, como afirmava Bachelard.
Carlos Drummond, por exemplo, foi poeta marcado por imagens
acerca da sua infância, que já se encontra no primeiro livro, Alguma poesia, de 1930. O segundo poema
do pequeno volume se intitula, justamente, “Infância”, o qual, apresentando
traços autobiográficos, foi reescrito 38 anos mais tarde em Boitempo, livro autobiográfico. O poema
apresenta um episódio rotineiro na família Andrade que teve lugar no passado e
que, por tornar-se matéria poética, através do uso constante dos verbos
declinados no pretérito imperfeito do indicativo, retorna ao presente do
eu-lírico via rememoração, como se ainda se desenrolasse aquela cena familiar.
Murilo Mendes é outro poeta em cuja produção o imaginário
sobre a infância é força temática. Com outras colorações, bastante diversas
daquelas usadas pelo conterrâneo, Murilo confere à sua infância um certo
sentimento idílico no qual a fantasia conduz o eu-lírico a manter um constante
diálogo com o surrealismo e com o insólito. Ainda que problematizada, e por
isso mesmo, a infância rememorada de Murilo é sempre outra, diferente daquela
que a realidade propriamente dita já comeu pela passagem do tempo.
Os nomes de outros
poetas de origem modernista poderiam ser aqui lembrados com igual força e
talento para tratar do tema. Por ora, basta elencar, ao lado dos mineiros já
citados, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Augusto Meyer, Mário Quintana e
Manoel de Barros.
Por outro
lado, o termo “infância” admite a incorporação de sentidos que estão além do
mero registro de um período da vida humana, inaugurado no nascimento e
prolongado até a puberdade. A infância é, assim, concebida como princípio da
vida humana, isto é, seu início, uma etapa que será seguida por outras, dela
derivadas. Porém, que sentidos o “início” propicia ao ser humano? Que
significados o termo pode conter e o que representam esses significados?
Concepções usuais acerca da infância geralmente a colocam circunscrita à falta
de experiências, necessidade de auxílio, etc. Normalmente a criança é associada
à carência de proteção, à ausência de
responsabilidade e à falta de autonomia. Enfim, a infância tem sido associada à
idéia de incompletude.
O estudo sobre
o tema aqui proposto seguramente abrirá novas perspectivas para a
historiografia literária. O intuito é rever os mecanismos atuais de se fazer
história da literatura, em que pese a visão preocupada em perfilar poetas em
uma seqüência temporal totalitária. Percebe-se a necessidade de renovação desse
panorama historiográfico sobre o qual deveria haver a atribuição de valores às
questões temáticas. Conceitos como ruptura & tradição e instantaneidade
podem responder como mecanismos inovadores sobre a escrita de uma nova
historiografia. Categorias como Tempo e História, após o colapso do final do
século XX, estão sendo redimensionados e, com isso, a própria consciência
humana no seu devir e no seu lugar. O tempo conecta a nossa existência com tudo o que existe no
cosmo, inclusive o próprio cosmo. A cada batida de nossos corações, incontáveis
insetos saem de seus ovos enquanto incontáveis outros morrem, ondas quebram em
todas as praias do planeta, galáxias se distanciam um pouco mais, e estrelas
espalhadas pelo Universo nascem e morrem.[5]
Especialmente a partir das primeiras décadas do século XX,
a humanidade começou a admitir outras formas de apreensão do tempo, não mais na
sua horizontalidade, mas no jogo com outros vetores. A título de lembrança,
podemos citar o binômio tempo mítico / tempo profano, que do ponto de vista
religioso explica o homem no cosmo. No Brasil foi preciso que o Modernismo se
firmasse como força propulsora da desconstrução dos saberes tradicionais, e,
dentre eles, da mecanização do tempo na linha crescente e de fluxo
ininterrupto. O Tempo, instrumento articulador das historiografias, deixou de
ser a segurança da racionalidade. A simultaneidade dos fatos, e das subjetividades,
modificou profundamente a História. É neste sentido persecutório que o tema da
infância pode aclarar e demarcar com melhores colorações a historiografia da
poesia brasileira na vigência da Modernidade, porque a História, agora no
plural, não se faz unilateralmente como a produzir um conhecimento hegemônico,
autoritário e singular. O imaginário sobre a infância abrange, dessa forma, não
apenas um estudo de caso, mas de uma época, de uma poética.
1.3 JUSTIFICATIVA
O presente projeto se justifica
em função de alguns argumentos, a saber:
a)
carência de estudos sistematizados acerca da presença
da infância no imaginário poético brasileiro;
b)
pela necessidade de redimensionar a visão historicista
da Poesia Brasileira, pontuando-a não mais por critérios demarcados em um devir
temporal positivista;
c)
continuidade, em outra etapa, dos estudos já realizados
sobre as escritas autobiográficas especialmente de poetas ligados ao Modernismo
Brasileiro;
d)
pela possibilidade de revisão crítica da poesia de
alguns dos nomes mais significativos da Poesia Brasileira.
1.4 OBJETIVOS
Este projeto de pesquisa
objetiva:
a)
suprir a carência de estudos que revigorem o imaginário
da Poesia Brasileira, notadamente sobre o tema da infância;
b)
proporcionar o redimensionamento da historiografia
literária brasileira, buscando outros critérios para o estabelecimento de uma
historicização;
c)
dar continuidade às pesquisas já começadas acerca do
gênero autobiográfico;
d)
propor um alargamento na revisão crítica da poesia
brasileira, notadamente os poetas que se formaram no Modernismo Brasileiro,
como representantes da modernidade e da alta modernidade.
1.5 EXPECTATIVAS
DE PRODUÇÃO
Os resultados dessa pesquisa
deverão ser:
a)
apresentados, sob forma de comunicações e/ou palestras,
em seminários, congressos e outras atividades afins;
b)
material para aulas curriculares na graduação e, em
especial, na pós-graduação em Letras – mestrado em História da Literatura/FURG,
bem como deverão servir de incentivo à novas pesquisas para mestrandos ligados
ao projeto;
c)
encaminhado para publicações em periódicos e/ou
revistas especializadas, bem como integrar, sob a forma de capítulos, a
publicação de um livro ensaístico versando sobre as imagens sobre a infância,
cujo título provisório é “RETRATOS DE INFÂNCIA: a poesia brasileira nas marcas
de um espelho”, a ser editado posteriormente.
1.6 METODOLOGIA
O
desenvolvimento dessa pesquisa será norteado pelo uso de aportes da Teoria
Literária referentes à poesia que privilegiem as teorias sobre o imaginário,
notadamente em três pensadores sobre o assunto, a saber, Gaston Bachelard, Jean
Burgos e Gilbert Durand. Eles fornecerão a instrumentalização necessária para
que se possa fazer a exegese dos poemas a serem trabalhados na perspectiva de
ressaltar, ou demonstrar a constituição de um imaginário sobre a infância.
Deverão fazer parte, igualmente, procedimentos de teor comparatista entre as
áreas do conhecimento, tais como Antropologia, Sociologia, Psicologia,
Mitodologia e outras afins.
2
CRONOGRAMA
O
desenvolvimento das diversas etapas deste projeto de pesquisa deverá
compreender um tempo mínimo de quatro anos, cujas atividades serão distribuídas
na seguinte cronologia:
- ano 1 (2010):
·
revisão bibliográfica de teorias sobre o
Romantismo e o temário da infância;
·
leitura e interpretações de poemas românticos,
especialmente Casimiro de Abreu, que apresentem o tema da infância;
·
revisão bibliográfica acerca da infância e o
estabelecimento identitário;
·
elaboração de ensaio sobre o assunto proposto;
·
revisão bibliográfica sobre as teorias relativas
ao imaginário;
·
revisão bibliográfica sobre os mitos,
especialmente aqueles que se relacionam com a infância;
·
releitura da poesia de autores representativos
do modernismo brasileira – Cecília Meireles e Augusto Meyer ;
·
discussão sobre as questões identitárias em
relação à Modernidade;
- ano 2 (2011):
·
continuação da revisão bibliográfica acerca da
infância e seu imaginário;
·
releitura da poesia de Cecília Meireles e
seleção de poemas vinculados à temática da infância;
·
discussão e leitura com alunos bolsistas sobre a
poesia de Cecília Meireles;
·
levantamento da fortuna crítica sobre a poesia
de Cecília Meireles;
·
elaboração de texto ensaístico sobre a poesia de
Cecília Meireles e os temas acerca da infância;
·
levantamento da fortuna crítica de Augusto
Meyer;
·
leitura e discussão de Poesias de Augusto Meyer;
·
seleção de poemas de Augusto Meyer, cujos temas
sejam afeitos ao tema da infância;
·
elaboração de ensaio sobre o tema proposto na
poesia de Augusto Meyer;
- ano 3 (2012):
·
continuação do trabalho com Augusto Meyer;
·
continuação do trabalho de levantamento da
bibliografia teórica sobre a infância e mitos a ela relativos;
·
revisão bibliográfica da fortuna crítica de Manoel
de Barros;
·
leitura da poesia de Manoel de Barros com vistas
a estabelecer um corpus de poemas
afeitos ao tema da infância.
·
leitura e discussão com alunos bolsistas sobre a
Poesia de Manoel de Barros;
·
elaboração de textos ensaísticos sobre a poesia
de Manoel de Barros;
·
elaboração de ensaio crítico sobre a poesia de Manoel
de Barros e os temas acerca da infância;
·
cotejo dos poetas já estudados com outros,
objetivando o aprofundamento das questões relativas à infância no imaginário
poético brasileiro contemporâneo;
·
elaboração de um projeto com vistas à
formalização de um livro de ensaios abarcando os estudos realizados.
- ano 4 (2013):
·
continuação do trabalho com os poetas já
estudados;
·
continuação do trabalho de levantamento da
bibliografia teórica sobre a infância e mitos a ela relativos;
·
revisão bibliográfica da fortuna crítica dos
poetas;
·
cotejo dos poetas já estudados com outros,
objetivando o aprofundamento das questões relativas à infância no imaginário
poético brasileiro contemporâneo;
·
elaboração de um projeto com vistas à
formalização de um livro de ensaios abarcando os estudos realizados.
3
BIBLIOGRAFIA
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literários. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro: 2001.
VERNANT,
Jean-Pierre. A morte nos olhos – figuração
do outro na Grécia antiga Ártemis e Gorgó. São Paulo: Jorge Zahar Editor, 1991.
[1] Os
ensaios resultantes dessas pesquisas estão arrolados na Bibliografia crítico-teórica preliminar constante deste projeto de
pesquisa.
[2] Conforme
projeto de pesquisa Caminhos e trilhas do
gênero autobiográfico – uma literatura em construção, no Programa de
Pós-graduação em Letras – Mestrado em História da Literatura da FURG, ainda em
vigência.
[3] Na poesia
brasileira do século XX é notória a influência de poetas românticos ligados à
exploração da infância como matéria poética, a exemplo de Manuel Bandeira que
se dizia leitor de Casimiro de Abreu.
Não se pode esquecer, igualmente, de poetas como Carlos Drummond, Murilo
Mendes, Augusto Meyer, entre tantos outros.
[4]
Naturalmente esta afirmação aqui resume uma série de causas para a descrença na
infância como espaço idílico. Desde os estudos de Freud até as repercussões
desafiadoramente nihilistas dos pós-guerra (I e II Guerras Mundiais) entram
nesta composição de motivos para a ruptura com a imagem de felicidade.
[5] GLEISER,
Marcelo. O fim da terra e do céu – o
Apocalipse na Ciência e na Religião. São Paulo: Cia das Letras, 2001. p.271.
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