sábado, 5 de maio de 2012

retratos de infância

RETRATOS DE INFÂNCIA:

A poesia brasileira nas marcas de um espelho especial


1 PLANO GERAL DO TRABALHO



1.1  ANTECEDENTES

Desde minhas pesquisas relativas ao gênero autobiográfico venho trabalhando com a perspectiva do imaginário a partir da releitura de alguns mitos gregos, tais como o mito de Narciso, de Teseu e o Labirinto, de Orfeu, entre outros. As autobiografias de Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Isabel Allende (excepcionalmente uma não-brasileira), Graciliano Ramos, José de Alencar, Murilo Mendes[1] e, ainda em fase preliminar, de Augusto Meyer têm sido alvo de minhas investigações, bem como de orientações no Programa de Pós-graduação em Letras – Mestrado em História da Literatura, da FURG/RS. Estes autores, na sua maioria poetas, não constroem apenas uma peça documental, mas sim textos sensivelmente comprometidos com a palavra autobiográfica dentro de seu extrato ficcional. Ou seja, a despeito de suas autobiografias se constituírem como um discurso referencial de estreitas ligações com o discurso historiográfico, seus textos dialogam com as técnicas narrativas mais variadas em busca de suscitar no leitor não apenas a sua credulidade, mas também o prazer estético inerente à obra de arte. Esse tema, em especial na produção dos poetas, me conduziu à problematizações específicas acerca do imaginário.


Em função do manuseio dos mitos gregos, pude observar que os poetas pensam o mundo e a si mesmos a partir de certas marcas que se repetem sistematicamente nas suas respectivas autobiografias e nas suas produções poemáticas. A imaginação material, conceito proposto pelo filósofo francês Gaston Bachelard, tem operacionalizado essas questões relativas ao movimento especular do eu. A água, o fogo, a terra e o ar são elementos que compõem a idéia de cosmos, através dos quais, segundo Bachelard, os poetas vêem o mundo e a si mesmos.

Essas questões têm sido visitadas por mim nas minhas pesquisas em desenvolvimento[2]. Assim, acreditando na viabilidade dos meus estudos, tenho priorizado a imaginação criadora dos poetas na perspectiva da infância, porque ela é, segundo o próprio Bachelard, o “poço do ser” e, como tal, se insurge na vida dos poetas-autobiógrafos como origem da palavra-vida.  Essa ênfase tenho dado em minhas aulas no mestrado em História da Literatura, na FURG. Centrei minha disciplina ‘Tópicos avançados de Literatura Brasileira’, de 2004, no subtítulo “As construções da infância”, com foco em dois poetas, a saber: Casimiro de Abreu e Murilo Mendes. 

Na vigência do trabalho de pesquisa acerca das autobiografias, pude observar, por outra parte, que ocorre nas poesias dos autobiógrafos uma intensa dedicação ao exercício metapoético. A partir dessas considerações, inferi que o tema do duplo alcança uma abrangência muito grande, em especial uma acepção particularmente interessante, qual seja, as formas que a infância adquire como revelação especular do adulto em errância pelo tempo presente. Trata-se, é verdade, de tema muito recorrente no Romantismo e as explicações são bastante conhecidas. A recuperação de um passado paradisíaco é relevante para o século XIX em virtude das carências do homem romântico em fixar uma idéia de identidade nacional melhorativa, a qual corria paralela à uma identidade pessoal.

O temário sobre a infância entra nessa composição como reduto de um tempo-espaço redentor do homem de então. São sintomáticas as atribuições de caráter positivo aos recônditos da memória sobre a infância, e exemplo notável é o poeta Casimiro de Abreu, que alcançou certa notoriedade em vida justamente pelo apelo sentimental à infância feliz e virginal.

A poesia brasileira do século XX, apesar de toda sua trajetória de contestação aos padrões estético vigentes no século anterior, recria os mesmos temas, quer se fale em identidade nacional quer se refira à identidade individual. Naturalmente algumas inserções ocorreram nesse panorama, como por exemplo o uso da paródia no Modernismo Brasileiro em relação ao Romantismo. Esse caráter cíclico é facilmente verificável nas recriações míticas de Mário de Andrade (Macunaíma) e de Raul Bopp (Cobra Norato). No entanto, pode-se afirmar que o drama humano da modernidade, iniciado nos primórdios do romantismo, deixou marcas que ainda não foram esquecidas e/ou superadas. A afirmação do individualismo permanece, assim como continua se estabelecendo a partir da infância como período formador da consciência e da inserção do sujeito no mundo.

Dentro desta perspectiva, o imaginário acerca da infância irá se configurar não mais como um imaginário totalitário e único, com certas imagens fixas nas quais todos deveremos nos reconhecer. O século XX, após a famosa festa dadaísta dos modernistas, foi marcado por relações paradoxais e uma delas é a convivência, nem sempre harmônica, entre o impulso individualista e egocêntrico em busca de uma infância pessoalizada e o apelo inadiável de se buscar uma identidade grupal na qual a infância do país servisse de palco para as atribuladas questões nacionais prementes. 



1.2  PROBLEMÁTICA (estudos da questão)

O tema da infância, apesar de parecer muito natural, é uma criação recente no panorama da Literatura. A idéia nostálgica de um paraíso perdido, demarcado no espaço e, principalmente, no tempo, começa a povoar o imaginário a partir das idéias iluministas (e românticas) de Jean-Jacques Rousseau, que localizava essa beatitude natural nos domínios da natureza (idealizada do ponto de vista melhorativo). A poesia de caráter especular tem na imagem sobre a infância um de seus temas mais freqüentes para a autocontemplação. Assunto que povoa o imaginário de adultos saudososistas, também se mescla a um sem-número de indagações identitárias. A perda da imagem única e totalizante a respeito de nós mesmos impulsiona um certo recuo no tempo para demarcação das origens e é à essa relação que o tema da infância está associado.

A imagem acerca da infância será formada a partir de um complexo sistema de mitos novos conjugados à extratos de mitemas antigos. Evidentemente corrobora nesta questão a presença reguladora dos paradigmas beatíficos do catolicismo, para quem a infância representa um estado virginal do sujeito e, portanto, seu estado de pureza. Ocorre que o tema, francamente adotado por inúmeros poetas brasileiros, tornou-se também fonte de inesgotáveis questionamentos identitários, através dos quais o sujeito adulto busca uma origem, uma face, uma imagem de si mesmo no tempo em que não era o que é hoje.

A noção de espaço feliz, de éden da memória, enfim, este espaço-tempo revestido de colorações melhorativas foi alvo dos poetas românticos, cujas visões idílicas acabaram por respingar os tumultuados anos do século XX[3]. Entretanto, depois dos anos 20, no Brasil, a literatura passou também a questionar e a duvidar das “verdades” românticas e acelerou o processo de desconstrução daqueles paradigmas, como o da “infância feliz”[4]. Curiosamente, iniciado nos anos 40, os estudos filosóficos sobre o imaginário, perpetrados por Gaston Bachelard, buscam na poesia sua matéria para instituir uma poética do devaneio, na qual o tema da infância é retomado, re-significando o mito, na medida em que lhe confere outros atributos, sem isentar-se, contudo, de uma grande influência do pensamento romântico-iluminista de Jean-Jacques Rousseau.

Para Bachelard, somente o devaneio sobre a infância é capaz de devolver a beleza das imagens primeiras, porque ela é o poço do ser. Como todo arquétipo, o poço guarda relações afáveis e nefastas. O poço indica, portanto, a origem como fonte da vida e símbolo da abundância, mas é também símbolo de segredos e dissimulações. O devaneio sobre a infância mantém relações com estas características.

Por outro lado, as imagens sobre a infância não se restringem apenas à rememoração simples. Estão implicados diversos fatores que, conjugados, a tornam um vasto material de especulação e de prazer. Uma infância potencial habita em nós, de forma que sonhamos tudo o que ela poderia ter sido, isto é, sonhamo-la no limite da história e da lenda. Há, assim, uma tangência dialética entre a imaginação e a memória. Isto é, as imagens que sobrevém do fundo da infância não são verdadeiras lembranças, porque o passado não é estável. Um dos elementos mais pertinentes é, justamente, o desejo de reencontrar para além dos fatos os valores. Por isso a poesia sobre a infância, no século XX, não vem marcada por datas ou fatos fixados no calendário familiar, como acontecia, por exemplo, com “Meus oitos anos”, de Casimiro de Abreu. Até por que a lembrança pura não tem data; têm o universo de uma estação, como afirmava Bachelard.

Carlos Drummond, por exemplo, foi poeta marcado por imagens acerca da sua infância, que já se encontra no primeiro livro, Alguma poesia, de 1930. O segundo poema do pequeno volume se intitula, justamente, “Infância”, o qual, apresentando traços autobiográficos, foi reescrito 38 anos mais tarde em Boitempo, livro autobiográfico. O poema apresenta um episódio rotineiro na família Andrade que teve lugar no passado e que, por tornar-se matéria poética, através do uso constante dos verbos declinados no pretérito imperfeito do indicativo, retorna ao presente do eu-lírico via rememoração, como se ainda se desenrolasse aquela cena familiar.

Murilo Mendes é outro poeta em cuja produção o imaginário sobre a infância é força temática. Com outras colorações, bastante diversas daquelas usadas pelo conterrâneo, Murilo confere à sua infância um certo sentimento idílico no qual a fantasia conduz o eu-lírico a manter um constante diálogo com o surrealismo e com o insólito. Ainda que problematizada, e por isso mesmo, a infância rememorada de Murilo é sempre outra, diferente daquela que a realidade propriamente dita já comeu pela passagem do tempo.

  Os nomes de outros poetas de origem modernista poderiam ser aqui lembrados com igual força e talento para tratar do tema. Por ora, basta elencar, ao lado dos mineiros já citados, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Augusto Meyer, Mário Quintana e Manoel de Barros.

Por outro lado, o termo “infância” admite a incorporação de sentidos que estão além do mero registro de um período da vida humana, inaugurado no nascimento e prolongado até a puberdade. A infância é, assim, concebida como princípio da vida humana, isto é, seu início, uma etapa que será seguida por outras, dela derivadas. Porém, que sentidos o “início” propicia ao ser humano? Que significados o termo pode conter e o que representam esses significados? Concepções usuais acerca da infância geralmente a colocam circunscrita à falta de experiências, necessidade de auxílio, etc. Normalmente a criança é associada à carência de  proteção, à ausência de responsabilidade e à falta de autonomia. Enfim, a infância tem sido associada à idéia de incompletude. 

O estudo sobre o tema aqui proposto seguramente abrirá novas perspectivas para a historiografia literária. O intuito é rever os mecanismos atuais de se fazer história da literatura, em que pese a visão preocupada em perfilar poetas em uma seqüência temporal totalitária. Percebe-se a necessidade de renovação desse panorama historiográfico sobre o qual deveria haver a atribuição de valores às questões temáticas. Conceitos como ruptura & tradição e instantaneidade podem responder como mecanismos inovadores sobre a escrita de uma nova historiografia. Categorias como Tempo e História, após o colapso do final do século XX, estão sendo redimensionados e, com isso, a própria consciência humana no seu devir e no seu lugar. O tempo conecta a nossa existência com tudo o que existe no cosmo, inclusive o próprio cosmo. A cada batida de nossos corações, incontáveis insetos saem de seus ovos enquanto incontáveis outros morrem, ondas quebram em todas as praias do planeta, galáxias se distanciam um pouco mais, e estrelas espalhadas pelo Universo nascem e morrem.[5]        

Especialmente a partir das primeiras décadas do século XX, a humanidade começou a admitir outras formas de apreensão do tempo, não mais na sua horizontalidade, mas no jogo com outros vetores. A título de lembrança, podemos citar o binômio tempo mítico / tempo profano, que do ponto de vista religioso explica o homem no cosmo. No Brasil foi preciso que o Modernismo se firmasse como força propulsora da desconstrução dos saberes tradicionais, e, dentre eles, da mecanização do tempo na linha crescente e de fluxo ininterrupto. O Tempo, instrumento articulador das historiografias, deixou de ser a segurança da racionalidade. A simultaneidade dos fatos, e das subjetividades, modificou profundamente a História. É neste sentido persecutório que o tema da infância pode aclarar e demarcar com melhores colorações a historiografia da poesia brasileira na vigência da Modernidade, porque a História, agora no plural, não se faz unilateralmente como a produzir um conhecimento hegemônico, autoritário e singular. O imaginário sobre a infância abrange, dessa forma, não apenas um estudo de caso, mas de uma época, de uma poética.



1.3  JUSTIFICATIVA

O presente projeto se justifica em função de alguns argumentos, a saber:

a)      carência de estudos sistematizados acerca da presença da infância no imaginário poético brasileiro;

b)      pela necessidade de redimensionar a visão historicista da Poesia Brasileira, pontuando-a não mais por critérios demarcados em um devir temporal positivista;

c)      continuidade, em outra etapa, dos estudos já realizados sobre as escritas autobiográficas especialmente de poetas ligados ao Modernismo Brasileiro;

d)     pela possibilidade de revisão crítica da poesia de alguns dos nomes mais significativos da Poesia Brasileira.



1.4  OBJETIVOS

Este projeto de pesquisa objetiva:

a)      suprir a carência de estudos que revigorem o imaginário da Poesia Brasileira, notadamente sobre o tema da infância;

b)      proporcionar o redimensionamento da historiografia literária brasileira, buscando outros critérios para o estabelecimento de uma historicização;

c)      dar continuidade às pesquisas já começadas acerca do gênero autobiográfico;

d)     propor um alargamento na revisão crítica da poesia brasileira, notadamente os poetas que se formaram no Modernismo Brasileiro, como representantes da modernidade e da alta modernidade.



1.5  EXPECTATIVAS DE PRODUÇÃO

Os resultados dessa pesquisa deverão ser:

a)      apresentados, sob forma de comunicações e/ou palestras, em seminários, congressos e outras atividades afins;

b)      material para aulas curriculares na graduação e, em especial, na pós-graduação em Letras – mestrado em História da Literatura/FURG, bem como deverão servir de incentivo à novas pesquisas para mestrandos ligados ao projeto;

c)      encaminhado para publicações em periódicos e/ou revistas especializadas, bem como integrar, sob a forma de capítulos, a publicação de um livro ensaístico versando sobre as imagens sobre a infância, cujo título provisório é “RETRATOS DE INFÂNCIA: a poesia brasileira nas marcas de um espelho”, a ser editado posteriormente.



1.6  METODOLOGIA

O desenvolvimento dessa pesquisa será norteado pelo uso de aportes da Teoria Literária referentes à poesia que privilegiem as teorias sobre o imaginário, notadamente em três pensadores sobre o assunto, a saber, Gaston Bachelard, Jean Burgos e Gilbert Durand. Eles fornecerão a instrumentalização necessária para que se possa fazer a exegese dos poemas a serem trabalhados na perspectiva de ressaltar, ou demonstrar a constituição de um imaginário sobre a infância. Deverão fazer parte, igualmente, procedimentos de teor comparatista entre as áreas do conhecimento, tais como Antropologia, Sociologia, Psicologia, Mitodologia e outras afins.



2        CRONOGRAMA

O desenvolvimento das diversas etapas deste projeto de pesquisa deverá compreender um tempo mínimo de quatro anos, cujas atividades serão distribuídas na seguinte cronologia:

- ano 1 (2010):

·         revisão bibliográfica de teorias sobre o Romantismo e o temário da infância;

·         leitura e interpretações de poemas românticos, especialmente Casimiro de Abreu, que apresentem o tema da infância;

·         revisão bibliográfica acerca da infância e o estabelecimento identitário;

·         elaboração de ensaio sobre o assunto proposto;

·         revisão bibliográfica sobre as teorias relativas ao imaginário;

·         revisão bibliográfica sobre os mitos, especialmente aqueles que se relacionam com a infância;

·         releitura da poesia de autores representativos do modernismo brasileira – Cecília Meireles e Augusto Meyer ;

·         discussão sobre as questões identitárias em relação à Modernidade;



- ano 2 (2011):

·         continuação da revisão bibliográfica acerca da infância e seu imaginário;

·         releitura da poesia de Cecília Meireles e seleção de poemas vinculados à temática da infância;

·         discussão e leitura com alunos bolsistas sobre a poesia de Cecília Meireles;

·         levantamento da fortuna crítica sobre a poesia de Cecília Meireles;

·         elaboração de texto ensaístico sobre a poesia de Cecília Meireles e os temas acerca da infância;

·         levantamento da fortuna crítica de Augusto Meyer;

·         leitura e discussão de Poesias de Augusto Meyer;

·         seleção de poemas de Augusto Meyer, cujos temas sejam afeitos ao tema da infância;

·         elaboração de ensaio sobre o tema proposto na poesia de Augusto Meyer;

- ano 3 (2012):

·         continuação do trabalho com Augusto Meyer;

·         continuação do trabalho de levantamento da bibliografia teórica sobre a infância e mitos a ela relativos;

·         revisão bibliográfica da fortuna crítica de Manoel de Barros;

·         leitura da poesia de Manoel de Barros com vistas a estabelecer um corpus  de poemas afeitos ao tema da infância.

·         leitura e discussão com alunos bolsistas sobre a Poesia de Manoel de Barros;

·         elaboração de textos ensaísticos sobre a poesia de Manoel de Barros;

·         elaboração de ensaio crítico sobre a poesia de Manoel de Barros e os temas acerca da infância;

·         cotejo dos poetas já estudados com outros, objetivando o aprofundamento das questões relativas à infância no imaginário poético brasileiro contemporâneo;

·         elaboração de um projeto com vistas à formalização de um livro de ensaios abarcando os estudos realizados.

- ano 4 (2013):           

·         continuação do trabalho com os poetas já estudados;

·         continuação do trabalho de levantamento da bibliografia teórica sobre a infância e mitos a ela relativos;

·         revisão bibliográfica da fortuna crítica dos poetas;

·         cotejo dos poetas já estudados com outros, objetivando o aprofundamento das questões relativas à infância no imaginário poético brasileiro contemporâneo;

·         elaboração de um projeto com vistas à formalização de um livro de ensaios abarcando os estudos realizados.



3        BIBLIOGRAFIA

3.1  BIBLIOGRAFIA – CORPUS

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3.2  BIBLIOGRAFIA TEÓRICO-CRÍTICA PRELIMINAR

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[1] Os ensaios resultantes dessas pesquisas estão arrolados na Bibliografia crítico-teórica preliminar constante deste projeto de pesquisa.
[2] Conforme projeto de pesquisa Caminhos e trilhas do gênero autobiográfico – uma literatura em construção, no Programa de Pós-graduação em Letras – Mestrado em História da Literatura da FURG, ainda em vigência.
[3] Na poesia brasileira do século XX é notória a influência de poetas românticos ligados à exploração da infância como matéria poética, a exemplo de Manuel Bandeira que se dizia leitor de Casimiro de Abreu.  Não se pode esquecer, igualmente, de poetas como Carlos Drummond, Murilo Mendes, Augusto Meyer, entre tantos outros.
[4] Naturalmente esta afirmação aqui resume uma série de causas para a descrença na infância como espaço idílico. Desde os estudos de Freud até as repercussões desafiadoramente nihilistas dos pós-guerra (I e II Guerras Mundiais) entram nesta composição de motivos para a ruptura com a imagem de felicidade.
[5] GLEISER, Marcelo. O fim da terra e do céu – o Apocalipse na Ciência e na Religião. São Paulo: Cia das Letras, 2001. p.271.

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